A parede da biblioteca, ao contrário, é diferente e funciona de maneira diferente. A sequência de livros uns aos lados dos outros e de uma sobre a outra forma uma parede de segundo grau, que se encontra diante da parede propriamente dita. Entre a parede de livros e a parede mesmo, há uma zona de papel na qual, conforme as reflexões empreendidas aqui, inúmeros braços tentam nos capturar. Eles só nos capturam quando nós mesmos estiramos o nosso em sua direção, pegamos da parede uma lombada de livro e giramos esse livro alcançado para nos deixar capturar por ele.
'Giro' é sinônimo de 'revolução'. Duas coisas distintas sucedem-se ao se alcançar um livro e girá-lo: primeiro, a parede propriamente dita, atrás do livro retirado, fica apreensível pelo olhar. Segundo o braço de um outro que nesse livro se esforça para nos alcançar fica tangível. 'Revolução' significa com certeza olhar as paredes que nos separam e tornar as outras tangíveis (seja vulnerável, cmpreensível ou comovente, reciprocamente)? " (Vilém Flusser)
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