Ninguém bateu
Mas havia algo atrás da porta
Nada que não pudesse esperar
Por mais três pares de anos
O sol se espalhava
Por janelas perplexas
Luas passavam sorrindo
Ao desfeito do tempo
Cupim e ferrugem famintos
Por tramelas e maçanetas
Até restar só o oco comido
E muita poeira de gente
Perdida entre as frestas
Um alçapão invertia os dias
Ziguezagueando
Porta com porta batida
Como mãos que se tocam
Pelo avesso das palmas
Ninguém bateu
Não havia atrás da porta
Era apenas a espera
Estalando os dedos
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